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quinta-feira, 30 de abril de 2009

Contradições

Nem tudo o que parece é e muitas vezes, é exatamente o que não parece. Nem tudo que é certo é bom e nem tudo que é bom é certo. Nem tudo que a gente quer é possível, mas é possível a gente tentar. Nem tudo que os olhos vêem, é realmente o que o coração sente. Nem tudo que a gente diz é verdade, mas nem que a gente invente da pra esconder o que realmente se passa no coração. Nem tudo que a gente acredita é verdade, mas o que se acredita com o coração não tem como ser mentira. Nem tudo que a gente pensa faz sentido e o que passa desapercebido pode ter mais valia do que o foi entendido. Nenhuma preocupação sem conhecimento é válida, nenhuma lágrima sem saber faz sentido, nada pode ser errado até que se tenha uma explicação certa. Nada pode destruir ou derrubar um sentimento, até que se prove o contrário!

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Siempre tan amigas, siempre tan rivales!

Loira, linda e popular. Quase uma barbie, mas em tamanho real. Todos os meninos a desejam e todas as meninas desejam ser ela. Atenção, convites, bajulação, pura rotina. Não é fácil conviver com alguém que é o centro das atenções na maior parte do tempo e nem se esforça para isso. Enjooa, cansa e, muitas vezes, dá aquela inveja enorme. Bate aquela raiva e você se pergunta: porque ela e não eu? E ai você encana, passa a se desvalorizar, a achar que o problema é você. Tem vontade de esganar a pobre coitada, como se a culpa fosse dela. Mas ai você lembra que ela é sua amiga e, disso você não pode reclamar. Ela é linda, mas sempre te dá dicas de beleza. Ela tem um guarda roupa MARA, mas sempre te empresta o que você quiser. Ela é convidada pra tudo, mas só vai se você for junto. Você também percebe que ela não é boa em tudo. Ela arrasa em matemática, mas não é tão boa assim na aula de português. Ela parece desfilar quando anda, mas não consegue coordenar os movimentos na hora de dançar. E ai você percebe que você é quem arrasa no português e manda super bem na dança e que, as pessoas, te valorizam por aquilo e gostam de você assim. Você repara que, enquanto você queria ser tão perfeitinha quanto ela, ela queria ser tão normal quanto você. Definitivamente, você entende que ninguém é perfeito e que todo mundo é único e, portanto, um complemento do alheio. Você percebe que é tão linda e popular quanto ela, mas de um jeito só seu! E ai você fecha seu livrinho de "Como destruir sua amiga linda em dez dias" e abre um sorriso e o seu coração para acolher aquela perfeitinha que, no fundo, você ama demais e não sabe viver sem.

Pauta para o TDB ;*

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Mudanças

Estou de mudança. Coisa séria e definitiva. Já arrumei tudo, encaixotei e embrulhei com cuidado. Tenho coisas muito valiosas para levar que não podem correr o risco de quebrar ou de perderem-se no meio do caminho. A mudança é longa, acho que vai demorar alguns dias até conseguir colocar tudo no lugar de novo. O caminho entre o atual e o passado tem muitos quilômetros, eu nem sei bem ao certo quantos, mas sei que vou ter que andar muito e carregando todas essas coisas. Eu até que tentei me livrar de algumas e, diga-se de passagem, consegui deixar para trás uma boa quantidade de pertences que não vou e não quero mais precisar. São velhos discos, velhas cartas, velhos bilhetes, velhos dvds, velhos cassetes e velhas fotografias. São momentos e pedaços de uma história que não cabe mais na minha mudança.
Ufa! Quase tudo pronto, tudo fechado e colocado no seu devido lugar. Consegui me desvenciliar de mais coisas. Acho que agora posso começar minha jornada. Tudo está ficando para trás. Através do retrovisor dá para ver a antiga casa, o antigo jardim, a antiga vizinhança.
Pela janela meus planos, minhas amizades, minhas lembranças, meus amores e minhas dores vão passando um a um e vão ficando, virando um borrão, uma memória sendo lentamente apagada e se perdendo no horizont atrás a de mim. Estou limpa por dentro. Tirei tudo que me fazia mau e coloquei em um saquinho de lixo na porta de casa antes de trancá-la pela última vez, antes de fechar os meus segredos e os meus medos naquele lugar que me abrigou por tantos anos.
Estava começando uma nova vida, está nascendo um novo eu!

sábado, 25 de abril de 2009

O homem ideal

Eu quero um garoto que abra a porta do carro, que puxe a cadeira para eu sentar e que me encha de bombons, ursinhos e flores. Alguém a moda antiga. Quero um garoto que me abrace forte, que segure a minha mão e me de segurança dizendo "estou contigo". Alguém amigo. Quero um garoto que tire o cabelo do meu rosto, afague-o suavemente com a ponta dos dedos e me beije delicadamente nos lábios. Alguém romântico. Quero um garoto que me proteja, que me entenda e que esteja sempre comigo. Alguém irmão. Quero um garoto que me pegue de jeito, desperte meus desejos e coloque fogo em meu corpo. Alguém amante. Quero um garoto que me seduza, que me desespere e que me vire a cabeça. Alguém Don Juan. Quero um garoto que seja delicado, educado e atencioso. Alguém príncipe. Quero um garoto que seja fiel, sincero e companheiro. Alguém especial. Quero um garoto que me repeite, que seja carinhoso, mas que saiba impor limites. Que grite comigo quando eu precisar, que não faça todas as minhas vontades, que não seja submisso aos meus desejos, que saiba apontar os meus defeitos, que ature o meu mau-humor diário e o meu gênio forte. Que me faça chorar de raiva nas brigas e de emoção das voltas, que me encha de saudades e me deixe sem fôlego na hora de matá-la. Que consiga me fazer rir quando eu estiver triste, que consiga desvendar meus mistérios mais ocultos e que me acompanhe nos momentos de silêncio. Que seja tão parecido comigo a ponto de ser meu reflexo e tão diferente a ponto de ser minha balança. Que me ama acima de tudo como eu sou, sem querer mudar nada. Que me deixa amá-lo como ele é, sem mudar nada. Que seja real, que seja eterno, que seja só meu!

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Histórias

Há quatro anos atrás, Camila* chegou na faculdade louca para conhecer os seus novos companheiros de sala. Já haviam se falado pela internet durante meses antes de começarem as aulas do curso de Jornalismo. Chegou o dia!
Na frente da padaria, um número infinito de jovens calouros a espera do trote. Muito riso, brincadeiras e uma amizade sendo iniciada. Dia Inesquecível!
O tempo passou. Quatro anos. Trabalhos, brigas, confusões, discussões, infantilidades. E o que era 15 virou sete. Mais alguns problemas, agora mais sérios: falsidade, mentira, soberba..é o que era sete não passa de cinco.
Camila* não se lembra de ter mudado no meio do caminho, mas sabe que contribuiu muito para que o grupo se partisse. Já vasculhou muito em toda a sua memória e não encontrou explicação para determinados acontecimentos. Só achou algumas acusações infundadas do nível de "você está atentando contra a minha vida" e "confessa que você queria nos forçar a vir até aqui". Ela até pensou em se desesperar, fazer terapia, entender porque e como ela tinha feito isso com aqueles dois, mas pera lá, seria ela mesma a errada?
Hoje, faltam poucos meses para Camila* e os seus colegas concluírem o curso e receberem o diploma pelo qual tanto lutaram (ok, alguns nem tanto, aliás quase nada!!!) e o que são cinco hoje, certamente serão três, dois ou talvez nenhum logo menos.

*Nome trocado para dar graça a história já que ela é totalmente real.

domingo, 19 de abril de 2009

Direto do túnel do tempo...

Se eu pudesse voltar ao passado, eu voltaria aos 17 anos. Traria de volta a vida louca do terceirão com as suas brincadeiras, passatempos e até com as provas chatas e simulados gigantes. Ficaria com medo de passar cola e ser pega, mas acabaria entregando todas as respostas pra metade da sala. Sentiria de novo calafrios e dor de barriga só de ouvir falar em vestibular, mesmo já tendo decidido o que eu iria prestar. Passaria as tardes na casa das amigas discutindo a roupa da balada de domingo e fofocando sobre meio colégio. Reviveria todas as festas, passeios e saídas com a turma. Multiplicaria as horas do dia para passar mais tempo ainda junto com eles. Eliminaria do currículo as aulas de educação física e deixaria mais tempo livre para as paqueras de intervalo. Voltaria a viagem de formatura e aquela uma semana que insistiu em passar voando. Voltaria ao baile, ao tão esperando baile, e aproveitaria para mudar um capítulo do meu passado. Declararia meu amor reprimido e aquela noite teria um outro fim. Ao som da valsa, beijos calientes e apaixonados pelo salão. Sininhos nos meus ouvidos e palmas e gritos escandalosos dos amigos. Nove anos e eu, enfim, terminaria meu livro de conto de fadas com o príncipe em meus braços e, claro, um felizes para sempre.

Post para o TDB da revista Capricho com o tema " O que você faria se pudesse voltar ao passado?"

sábado, 18 de abril de 2009

20 de abril de 2018

O relógio desperta. Levanto mau-humorada como sempre. Nada mudou no meu jeito de ser desde que me entendo por gente. Sempre fui chata, perfeccionista e resmungona. Ok, talvez a idade tenha piorado isso um pouco. Olho no relógio. Maravilha! Continuo sendo a mesma atrasada de sempre. Saio caçando roupas, sapatos, meu celular e meu laptop em meio a zona do meu apartamento de cobertura na Barra da Tijuca. Vou tropeçando nos jornais, nas revistas, nos brinquedos dos meus filhos. Aí sim eu tenho filhos, três por falta de um. Meu Deus, porque não me avisaram que ia ser assim tão complicado! Tudo bem, lembrete mental: pedir para dona Elza (olha que legal eu tenho uma empregada!) recolher tudo e limpar a casa enquanto eu estou fora. Enfim consigo chegar na cozinha. Um café bebido, socado garganta abaixo junto com uma fatia de pão. O celular começa a tocar, meu BlackBerry também. É o trabalho me chamando, a redação para sem mim, óbvio. Afinal já viu uma redação de um grande canal de Tv funcionar sem a sua editora-chefe. - Alô? Ah sim, reunião de pauta em 15 minutos. Sim me lembro. Ok estou indo. Droga! Eu não me lembrava mesmo de ter marcado isso a essa hora da manhã. Termino de engulir meu café, dou um beijo nos meus filhos. Meu marido já me espera na porta. Ele também é jornalista trabalha comigo, tem a mesma idade que eu. Trinta anos, uma vida construída, mas uma centena de sonhos pela frente.

Pauta para o TDB ;*

sexta-feira, 17 de abril de 2009

I'm NOT a Barbie Girl

Eu odeio futilidade, para mim o que importa mesmo é ser real. Sou magrela, tenho o nariz grande e várias sardinhas. Nunca fui do tipo simpática com todo mundo. Sou chata mesmo e se não for com a sua cara te garanto que em menos de 30 segundos você já vai saber disso e nem vai ter dúvidas. Nunca gostei do que todo mundo gostava. Era a única pagodera, fazia aula de axé e sou rebelde. Nunca soube fazer a política da boa vizinhaça. Sempre foi assim: ou era ou não era, tipo preto no branco. Nunca gostei das super produções e da combinação salto alto + mega decote + calça dois números menores para arrasar na balada. Uso o que dá vontade, o que caiu bem e que eu acho que me deixou bonitinha. Nunca curti cair da cama uma hora mais cedo pra tomar banho, escovar o cabelo, me maquiar e montar um look so cool no uniforme da escola. Bom era acordar cinco minutos antes da hora do sinal tocar, me enfiar no uniforme azul smurf, sacudir os cabelos e pronto. Nunca gostei de superficialidade, futilidade, assuntos e cabeças vazias. Sempre preferi ser a nerd, quem vai até o final de tudo e dá a cara pra bater. Nunca fui proporcional e nem parcial. Sou uma explosão de sentimentos, um furacão de opiniões e um maremoto de reações. Nunca gostei do que é calmo, do que é normal, do que é básico e, principalmente do que é imposto. Adoro questionar regras, extrapolar limites e atravessar a linha. Nunca quis ser aceita, nunca quis ser igual. Sempre quis ser diferente, sempre quis ser inteligente. Sempre preferi a prufundidade, ou o quente ou o frio. O morno me dá ânsia, a infantilidade me enoja e a petulância me estressa. Sou uma ogra em forma de princesa ou uma fiona em forma de mulher como prefirir. A diferença entre mim e você é que sou real.

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Ex-quecido na gaveta!

Nunca fui boa na técnica do esquecimento. Sempre me martirizo, choro litros e arranco os cabelos querendo de volta aquilo que já passou. Acho que é por isso que eu nunca consegui elaborar uma técnica realmente eficiente para esquecer meus ex's. Tenho ex-amigo, ex-ficante, ex-namorado, mas nenhuma ex-lembrança, ex-época feliz, ex-sentimento, deve ser por isso que não consigo simplesmente jogar tudo numa gaveta (ou na lata do lixo) e deletar da memória tudo aquilo que ficou para trás. Ainda que meu ex namorado tenha sido um cachorro, safado, sem-vergonha, em algum pedaço da passagem dele na minha vida ele me trouxe algo de bom, então porque eu deveria esquecê-lo? Acredito que quando eliminamos (ou mais ou menos eliminamos) uma pessoa da nossa vida porque ela ganhou um prefixo "ex", só conseguimos tirar o que é material. Fotos, presentes, bilhetes, flores, bombons, cartas de amor, bichinhos de pelúcia...mas as lembranças, os sorrisos, as lágrimas, os sentimentos, os momentos, eles não tem como receber essa sílabazinha mágica e serem apagados num piscar de olhos. No máximo eles vão ficar esquecidos, esquecidos em uma velha gaveta, até um novo ex o que quer que seja, chegar para dividir espaço.

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Maximiza!

"Vamo, vamo Max! Vamo, vamo Max!!" Uma final eletrizante. Assim foi a vitória de Max sobre a Pri por uma vantagem surreal de 0.24 décimos. Até o último segundo, o Max estava achando que tinha perdido para Pri, mas finalmente o público brasileiro acordou pra vida!


Precisou de oito edições para o povo perceber que BBB não é Porta da Esperança, muito menos Bolsa Família para ajudar o participante mais pobre. Teoricamente, Big Brother é um jogo (um jogo tosco, ok) onde merece ganhar quem joga melhor, quem tem mais estratêgia, mais olhar, raciocínio e inteligência.


Mesmo achando um desperdício de vida, eu confesso que acompanhei os três meses e, mais ainda, que torcia pro "Benhê", afinal ele foi o ÚNICO que admitiu jogar e logrou êxito em cada passo que deu. Se ele estava sendo ele ou colocou uma máscara, a mim pouco importa. O fato é que nunca houve alguem tão determinado como ele.


Analisem: Bambam, Domini, Caubói, Cida, Mara, Jean, Alemão, Rafinha...nenhum deles fez nada que justificasse um milhão na conta. O primeiro ganhou pela frescura com a tal da boneca de lata; o segundo graças ao tórrido romance com a Sabrina; O terceiro porque era um personagem; as mulheres porque eram mulheres e pobres; Jean porque era gay e Alemão e Rafinha porque eram gatinhos. Isso lá é motivo?


Enfim, parabéns aos brasileiros que finalmente entenderam como funciona o BBB. Mas, se me cabe opnar, Globo chega desse programa. Nove edições já passou do limite! Não é a toa que cai audiência (bom com Zezé e Luciano, era díficil aumentar neh) a cada ano que passa. Tudo bem, amamos BBB, movemos paixões gigantescas por essas celebridades da vida real, mas também não é pra tanto.

terça-feira, 7 de abril de 2009

Show do Milhão

Depois de três longuíssimos meses, chega ao fim (graças a Deus!!) a edição de número nove do Big Brother Brasil. Com personagens copiados das outras edições e uma temporada morna, esse capítulo da história de quase dez anos de BBB foi salvo de passar despercebido nos 48 do segundo tempo. Os 14 confinados (ou seja lá quantos acabaram sendo no final das contas!) só conseguiram o espaço que buscavam no meio do caminho. Alguém lembra da Michele? do Nonô? Pois é, foi só a partir da inovação do quarto branco e da desistência do então favorito ao prêmio Leo que o jogo esquentou. Na reta final, a disputa lado A X lado B, esquentou o programa e um barraco morno entre Maíra e Fran ajudou a dar uma leve temperada no jogo. Hoje, três "heróis" sobrevivem na busca pelo milhão. Uma garota pobre metida a sexy que acha que só poderá ser alguém se vender o corpo (e o que doí é que ela, no fundo, tem uma boa cabeça); uma ex-miss ABCD atrapalhada e engraçada, mas com um ciume exagerado do BENHEEEE (Não lembra a Sabrina??) e um jogador assumido. Sim Priscila, Francine e Max, três protagonistas de uma novela "da vida real" com movimentos ensaiados, jogadas ensinadas e passos milimetrados. Nesse mar de enrolação, enganação e fingimento, dê seu palpite...quem leva o milhão?

domingo, 5 de abril de 2009

Diário escolar

"Meu nome é R. Tenho 25 anos e sou professor de um colégio público de São Paulo. Dou aula de matemática, história e química para os alunos de quinta a terceiro ano. Me desdobro em três para conseguir dar conta de tudo. Fico no colégio das sete da manhã as 15 para onze. Praticamente não tenho vida, vivo na escola. Estou nessa profissão há seis anos. Não gosto do que faço. Não tenho vontade de dar aulas para um bando de adolescente revoltados que pouco valorizam meu trabalho. Só conversam, fazem guerrinha de papel...chegam a se bater e a se machucar em sala. O que eu faço? Me finjo de morto, não vou comprar briga que não é minha. Querem se matar sintam-se a vontade, eu estou ali tentando fazer minha parte. O problema só me cabe quando me envolve. Já apanhei de um dos alunos. Levei um soco no olho que me deixou usando ocúlos por semanas. Já sofri ameaças de morte tão graves a ponto de ter um revolvér apontado para minha cabeça. Coisa corriqueira, já nem me incomoda tanto. Afinal cada dia é um episódio um pouco pior, estou ficando acostumado. Não há mais uma relação de respeito ali. Para ser sincero eu acho mesmo que nunca houve. Eu não os respeito quando não me interponho entre as brigas, quando não passo a eles o conteúdo que deveria, quando não os ensino a crescer, a viver. Esse seria o meu papel! Além de formá-los academicamente, eu os deveria formá-los cidadãos. Mas quem consegue? Baixo sálario, excesso de aulas, cansaço, ameaças...isso não anima ninguém. Eles? Eles não me respeitam quando fingem que não estou ali. Quando me agridem verbal ou fisicamente. Quando conversam na aula e não prestam atenção no pouco que tento passar. Quando dizem que não valho nada e só estou nessa vida porque não consegui algo melhor. Eles tem razão. É dificil admitir e mais dificil ainda é mudar. A falta mútua de respeito já atingiu um nível que eu, sinceramente, não sei como parar. Eles não tem perspectiva de futuro, eu tão pouco. Já cruzei os braços e eles lavaram as mãos. Será que algum de nós ainda terá vontade e força suficiente para corrigir esse quadro? Meu nome é R., sou professor e , infelizmente, já desisti de tentar mudar o mundo".


Post para o TDB da edição 1069 com o tema: Mas respeito aos professores?

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Herói de carne e osso

Ele não era forte, bonito e nem tinha super poderes. Era magro, abtido e vivia doentinho. Ele não nasceu em berço de ouro e sempre viveu em esconderijos esquisitos se protegendo junto com a família. Ele não tinha nada para ser um herói, não tinha cara de herói. Mas ele foi! O garoto franzino não voava, mas percorreu norte a sul tentando melhorar a vida da população. Ele era de poucas palavras, mas conseguia prender multidões. Ele não tinha visão de Raio-x, mas sabia identificar as maiores necessidades das pessoas. Ele não sabia mover objetos, mas movia centenas de pessoas em seus projetos. Ele não tinha a pílula encolhedora, mas consegui fugir do golpe militar de Pinochet quando estava exilado. Ele não sabia se transfiomar em dois, mas tinha pleno conhecimento de como multiplicar os pães. Ele defendeu o Brasil na ditadura, foi exilado, ficou anos fora da pátria e nem assim deixou de lado o amor que tinha por ela. Ele foi homeageado pelo irmão com uma canção: "o bêbado e a equilibrista". Ele merecia! Ele lutava, voava, se transformava para defender a reforma agrária. Ele tinha AIDS. Ele trabalhou para acabar com o preconceito, criou movimentos, fez e aconteceu para ajudar essa gente. Ele não queria parar, não podia parar. Ele criou a Ação da Cidadania conta a Miséria e Pela vida a favor dos pobres e excluidos. Ele era o Cara. Morreu em 1997, sob um codinome e em sua lápide levou escrito: Aqui se vai um dos maiores heróis do povo brasileiro Hebert José de Souza, Betinho.