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terça-feira, 23 de março de 2010

Questão de verbo

Criticar é o passatempo preferido de dez em cada dez seres humanos. É impressionante, mas ninguém está satisfeito com nada que o outro faça ou apresente. Há sempre um defeitinho aqui ou um ponto ali que poderia ser melhor, que poderia ser mexido. E nem me venha com histórias de críticas construtivas. Quando a gente quer que alguém ou algo cresça, mude, aprenda, exaltamos os pontos fortes que devem ser mantidos e, como quem não quer nada, sugerimos que pontos fracos sejam eliminados ou consertados da melhor maneira possível. O que quero dizer é simples: existe uma enorme diferença entre o criticar e o apontar, sugerir que não pode ser ignorada. Portanto, da próxima vez que for criticar alguém, repense! O jeito e o verbo certo faz toda a diferença.

*Post para Tiêgo Alencar, grande fã do antigo Tudo de Blog. Se você também era fã do TDB, aguarde novidades no blog A Pseudociência.

No alvo

O amor é um jogo. Um jogo muito perigoso. É fácil se deslumbrar com tal sentimento. Fácil se perder nas promessas e nas palavras vazias de quem não o compreende. Em um jogo tão angular, tão singular, há de se ser perspicaz para fugir das armadilhas e arapucas que podem te fazer cair a qualquer segundo. Como no xadrez tudo precisa ser milimetricamente calculado e a próxima jogada do adversário precisa ser antecipada para evitar a derrota. O amor é um jogo ardiloso. Tanto que a presa que mais gosta é seu principal arquiteto. Quem pensa que sabe brincar com esse sentimento e está salvo do seu ataque, nem imagina que é o alvo certeiro dessa flecha mortal.

domingo, 21 de março de 2010

Vou-me embora...

Manuel Bandeira, em sua beleza poética, disse que iria para Pasárgada. Ela, em sua falta de poesia, disse mesmo que ia para o Alasca. Arrumou as malas e colocou-se na estrada. Caminhou lentamente por entre ruas e avenidas. Conheceu outros rostos, outros hábitos e outras culturas. Se jogou contra o novo mundo de possibilidades que se abriam a sua frente. Entrou de cabeça em jogos de amores, em amizades passageiras e em cenas de um filme repetido. Era só uma fantasia de que as coisas podiam mudar se estivesse longe. Tudo era igual, mas ela não percebia. O simples fato de estar em outro universo dava a ela uma injeção de ânimo e de coragem. Precisou sair de si e ir para bem longe para voltar a si e entender que não há lugar melhor no mundo do que o dela.

Inerte

Quase como um objeto inanimado, sem a menor reação a qualquer tipo de sentimento. Amor, carinho, paixão, raiva, ciúmes, medo, não sentia absolutamente nada! Perdera a adrenalina do sangue correndo pelas veias e a necessidade constante das mudanças. Esquecera o poder de um abraço e a sinapse despertada por um toque. A dor tinha sido tanta que não queria mais lembrar de nada que pudesse fazê-la voltar. Deixou-se intimidar pela inércia. Um lugar calmo e tranquilo onde podia se manter apática ante qualquer envolvimento mais profundo. Escolheu viver assim, escondida de tudo e, sobretudo, dela mesma.

quinta-feira, 11 de março de 2010

Dezdotrêsdedoismiledez!

Não faz muito tempo aquela garotinha cheia de sonhos concluiu o ensino médio e saiu correndo para conhecer um mundo novo. Era fevereiro de 2006 e ela estava a poucos metros da etapa mais importante da sua vida. Ah, se aquela padaria falasse! Serviu de cenário para um encontro memorável. Vinte, trinta calouros de jornalismo se apinhavam na calçada tentando se conhecer, ou melhor, se reconhecer. Foi ali nos primeiros cinco minutos em frente a Metodista que ela se uniu a um grupo de outras seis garotas. Foram juntas ao trote e se divertiram mesmo sob o sol de rachar e o calor insuportável. Nem a tinta coçando e endurecendo pelo corpo tirava o bom humor: eram bixetes!
~♥~
Passado o momento de festa e de se enturmar, o primeiro ano começou violento. Uma batelada de matérias, textos, provas, trabalhos e uma amizade se fortalecendo dia após dias, bem devagarzinho. Num piscar de olhos já eram todas veteranas. Segundo ano de faculdade, mas nada de se acostumarem a intensidade e a rapidez com que tudo acontecia. Na verdade, a empolgação de curtir cada segundo era tanta que nem tinha mesmo como ver com calma tudo que acontecia. As seis meninas só se lembram que, de algum modo, viraram quatro. Mas faltava gente para preencher os grupos gigantes que a turma enorme obrigava-as a ter. Então chegaram novos elementos: três meninos. Ou teriam sido mais?
~♥~
Como em um Big Brother várias pessoas entravam e saiam daquele grupo. As quatro meninas resistiam a tudo e, os recém-chegados, as acompanhavam bravamente. O terceiro ano veio e as brigas triplicaram. Discussões no msn, falta de paciência, bate-boca ao vivo e a cores no meio da sala, na frente do professor. Afastamentos. Pega pra capar daqueles pesados mesmo. Vontade de jogar tudo para o alto, mandar todo mundo plantar batatas. Momentos de dúvidas, de porque eles tinham se escolhido e se definido como grupo mesmo. Onde estavam as afinidades? Onde estava a amizade do primeiro dia, do primeiro ano?

~♥~
Ainda bem que brigas entre amigos só servem para fortalecer a amizade. Alguém ainda tinha dúvidas de que era isso que ia acontecer com eles? Chegaram ao quarto ano mais unidos do que nunca. Tudo bem, ainda sentiram algumas perdas no trajeto. Se fortaleceram em cinco. Cinco membros inquebráveis e com uma amizade que utrapassou os limites da faculdade. Eles não eram mais um grupo de trabalhos, eram amigos de verdade. A garotinha, aquela lá de 2006, saiu da Metodista em 2009. Ontem, passou pela cerimônia de colação de grau e enche a boca para dizer agora que é formada. Integrante da turma de jornalismo Professor Doutor Paulo Ramos!
~♥~
Ontem, pela primeira vez em quatro anos, ela chorou. Mas não foi um choro de despedida, foi um choro de certeza. Lágrimas de alegria e de agradecimento pelos melhores quatro anos que ela podia ter sonhado. Lágrimas pelos melhores quatro amigos que ela podia ter imaginado. Ela abraçava os amigos vestidos como ela com a beca quente e a faixa azul de comunicação e não acreditava que eles tinham crescido. Estavam ali diplomados!
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Aquela garotinha era eu. A mulher de hoje, graças a eles, sou eu. Bruna, Klaus, Leandro e Vivian, ou melhor, Bru, Klauszinho, Leeee e Vivis: MUITO OBRIGADA! Muito obrigada pelos quatro anos mais intensos, mais loucos, mais insanos, mais estressantes, mais perfeitos, mais engraçados, mais divertidos da minha vida! E, com certeza, esse é só o começo da nossa história. Eu amo vocês!

quinta-feira, 4 de março de 2010

Estranha confusão

Há dentro de mim um furacão. Uma mistura de sentimentos distintos prestes a explodir. Não há como saber de onde vem e, muito menos, para onde vai. É só alguma coisa meio inexplicável. Ou nem tanto assim. Na verdade é só uma coisa bem humana mesmo e conhecida por todos: medo. Sensação capciosa que coloca meus nervos a flor da pele e me desafia a todo momento incansalvemente. Quer me fazer cair, pedir para sair e desistir de tudo. Para que seguir em frente? Há perigos aqui e ali, por que enfrentá-los? Sussurra sorrateiro. Me desafia a dar o próximo passo. Ora consegue me conter. Mas em outras tantas não consegue me parar. E ai me vejo perdida nessa confusão. Tiro a pedra do meio do caminho ou deixo o medo me vencer e volto ao meu ponto de partida? Pulo, enfrento o obstáculo ou deixo o medo me lembrar que já cai ali e, por isso, é melhor não tentar de novo? Insistente esse sentimento. Tanto que me faz aprender com ele. Quem tanto insiste uma hora há de conseguir.

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Leitores amados, estou com os comentários atrasados e bem ausente do blog. O fim do TDB e algumas outras coisas pelo meio do caminho me deixaram sem vontade e sem tempo de vir aqui. Mas eu adoro escrever e eu não vou desistir, nem abrir mão desse meu cantinho. Portanto, vou tirar o final de semana para arrumar tudo por aqui, responder os comentários atrasados e, quem sabe, dar uma carinha nova para o blog a fim de começarmos juntos uma nova jornada.