Desde que eu tinha 12 anos o sonho de vida da minha mãe era me enviar para um intercâmbio nos Estados Unidos. Ela passou toda a minha adolescência buzinando no meu ouvido o quanto isso era importante para o meu futuro. Segundo ela o inglês fluente era meio caminho andado para o sucesso profissional. Nada adiantava. Quanto mais ela falava, mais eu queria ficar longe de qualquer coisa que tivesse uma língua diferente da minha.
Os anos passaram e nada me fazia mudar de ideia. Até que, depois de uma desilusão amorosa daquelas, resolvi que precisava passar um tempo longe de tudo e de todos. Queria saber o quanto eu valia e pra quem eu realmente tinha valor. Pois bem a oportunidade surgiu antes do que eu esperava. Minha escola de idiomas abriu inscrições para um intercâmbio de um mês em Toronto, Canadá.
Como eu já sabia que não ia ter problemas em casa, fui logo indo na agência e resolvendo tudo. Foram dois meses preparando cada detalhe. Incluindo nisso tudo um problema com o visto canadense que quase me fez ficar por aqui mesmo. Tudo organizado era hora de partir. No dia 03 de julho sai em direção as férias que eu tanto esperava ao mesmo tempo que tanto temia.
Não podia ter sonhado com uma viagem mais perfeita. Sabe aquele lugar mágico onde tudo, tudo, tudo que há de melhor acontece? Assim foi Toronto pra mim. Fiquei em uma casa linda com uma família super dedicada. Minha mãe era um doce. Me ajudava nos estudos, me enchia de mimos e preparava as comidinhas mais deliciosas que sabia. Meu pai me contava histórias da cidade, conversava comigo sobre política e economia e me levava para passeios incríveis.
A escola era bem típica de seriados americanos. Muita gente bonita de vários países diferentes e pronta para fazer amigos. Aliás eu fiz vários: venezuela, suiça, mexico, polônia, arábia...nunca imaginei conhecer tantas culturas em um só lugar.
Por sinal, as amizades foram uma das bençãos da minha viagem. Tanta gente especial passou por mim nesse um mês e tornou Toronto mais mágico ainda. Como explicar minha irmandade inexplicável com o Fagner? Ou meu instinto protetor com a Livia? Sem eles não teria tido tanta graça. Nem teriam rolado tantas histórias. Ah! se eu pudesse ter congelado o tempo e ter curtido um pouquinho mais cada um desses momentos...
Mal coloquei os pés em casa e já posso dizer com segurança: minha mãe estava certa. Não há nada melhor nessa vida do que intercâmbio, do que aprendizado. Em um mês cresci o que não tinha crescido nos últimos vinte e dois anos. Como diz o ditado: mãe sempre sabe das coisas ;)
Um comentário:
Fico feliz que tenha curtido, você merece o que há de melhor no mundo =D
Postar um comentário