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terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Time to change - part 1

Era a milésima vez que eu me perguntava o que estava acontecendo comigo naquela manhã. Eu mal tinha levantado da cama e minha cabeça já girava freneticamente como se eu tivesse tomado um porre daqueles na noite anterior. Bem como eu não bebo, ou eu tinha ficado de porre em sonho ou aquela resseca era do tipo sentimental. Para quem não sabe o que é uma, vou explicar. Sabe quando vc briga com o namorado, tira uma nota baixa ou tem aquela discussão dos infernos com a sua mãe ou melhor amiga? Isso, bem isso! Depois de todo essse estress você ganha uma ressaca sentimental. Continuando, eu achava que tinha acordado com uma, mas eu não conseguia encontrar um motivo que pudesse ter desencadeado isso. Eu não tinha brigado com ninguém, aliás eu acho que eu se quer tinha visto alguém. Eu tinha me afastado de todo mundo, me fechado em uma redoma de cristal tentando me proteger dos abalos que eu tinha sofrido nos primeiros cinco dias desse novo ano...BINGO! Tinha acabado de encontrar o que estava me deixando daquele jeito. Levantei da cama meio cambaleante e fui em direção ao chuveiro. Abri e deixei a água fria escorrer pelo meu corpo. Eu queria lavar a alma. Esfregá-la com força até ela sair bem limpinha sem qualquer marca, mas não dava. Eu devo ter passado uma meia hora ali sem nem ver o tempo passar. Eu tentei limpar a minha mente, mas ela continuava turva, continuava enevoada por uma série de pensamentos que me impulsionavam cada vez mais pra baixo. Respirei fundo e sai do banho, pingando água por toda a casa até alcançar novamente meu quarto. Parei na porta olhando tudo...É ali eu me sentia reconfortada. Minha cama, meus bichinhos, meus livros, minha vida condensada ali naquele cômodo guardando partes importantes da minha história desviavam a minha mente da solidão, do medo e da angústia que me assolavam. Meu deus o que eu estava fazendo comigo mesma, porque eu estava tentando anular a minha vida por algumas simples derrotas? Eu precisava mudar aquela situação, eu precisava voltar a viver, eu precisava voltar a ser eu!

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Meu Mundo caiu...

Sabe aqueles dias em que você acha que tudo poderia ter sido melhor se você tivesse agido diferente? Pois é hoje eu estou exatamente assim! Eu fracassei muitas vezes em um curto período de tempo e isso mexeu demais comigo. Eu ainda estou destruída demais por dentro e muito sem ter para onde correr. Só por isso hoje meu texto não é na terceira pessoa. É em primeira mesmo porque a dor é minha e não dos outros. Talvez alguma dor parecida já tenha sido sentida por você ou alguém que você conhece, mas cada dor é única, pessoal e, infelizmente, intransferível. Mas mesmo assim eu queria comparar a minha dor a dor da cantora Maysa. Para quem está por fora, Maysa foi uma cantora de samba-canções ou do gênero fossa (uma precusora do emo? Oo] muito famosa na década de 60 e 70 em todo o país, principalmente no eixo Rio -Sp. Sua vida está sendo reproduziada atualmente na minisérie homônima transmitida pela Rede Globo. O texto foi escrito por Manuel Carlos e a trama é dirigida pelo filho único da cantora: Jayme Monjardim. Mas voltando, eu comparo a minha dor com a dela porque ela só conseguia desabafar para as letras de músicas que compunha e, ainda que aparentemente vivesse uma vida feliz, escondia por trás da face uma angústia e uma tristeza sem igual. Assim como ela, eu só consigo desabafar minha dor com uma caneta e um papel na mão, mas não compondo e sim escrevendo ou tentando pelo menos passar para o papel as chagas da minha alma. Eu também escondo minhas tristezas, meus medos e rancores por trás de uma máscara de felicidade. Ou talvez no fundo eu seja mesmo feliz e assim como ela queira buscar motivos para acreditar que não sou e me tornar uma mártir...enfim seja o for, sei que preciso me reerguer e muito rápido, alguém tem alguma sugestão?

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Tarde demais

Queria saber se te amo ou te odeio. Quero te mandar para longe, mas te quero por perto. Quero te arrancar do meu peito, mas te quero de qualquer jeito. Quero fugir daqui, para um lugar onde não haja nenhuma maneira de encontrar você. Onde as pessoas não conheçam a história de nós dois. Quero escutar uma música que não me faça lembrar de você. Quero ver um filme de amor que não termine como o nosso terminou. Quero andar por onde você nunca passou, para que não exista nenhum vestígio seu. Onde meus olhos possam percorrer toda volta sem o risco de te ver. Vou ficar por lá, até que a sua imagem se apague da minha memória. Até que eu não sinta mais teu cheiro no meu corpo. Então quando meu coração já estiver refeito, eu devo voltar. Voltar a passar pelas mesmas esquinas que você, a frenquentar os mesmos bares, a dividir os mesmos amigos. E se um dia te encontrar, cruzar com você por artimanha do destino, não vou te reconhecer, mas você vai me olhar e não vai acreditar no que vê. Vai sentir seu coração disparar e não terá uma única palavrar a dizer. Eu vou sorrir educadamente e te comprimentar, sem muita demora. Vou virar as costas e seguir o meu caminho. Quanto a você, vai permanecer ali parado. Vai entender que me amava e que eu sempre fui a pessoa certa para você...

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

S.O.S!

Existem dias que tudo parece errado, dias onde gostáriamos que tudo se resolvesse como em um computador, na base do delete. Era só apertar o del para apagar aquele dia horrível. A bronca que levou do chefe, a crise com o namorado ou namorada, a nota baixa que tirou na faculdade e todos outros problemas que você enfrentou o dia todo. Mas infelizmente a vida não é tão simples assim e não tem como apagar todas as dores e todas as lágrimas que aparecem todos os dias assim tão rápido, esquecendo em segundos cada pequena marquinha que foi caprichosamente feita em nosso coração.
Eu concordo com o fato de que são coisas mínimas, coisas que poderiam muito bem serem deixadas de lado e esquecidas com um delete mental, mas tem vezes que não há como. E essas vezes são, geralmente, bem naqueles dias que você parece já acordar meio debilitado emocionalmente sem nem saber porque. E são nesses dias que tudo o que você quer é se deletar e optar pela saída mais rápida, a saída do filete, a saída de emergência.

Reflexo...

Ela se olhava no espelho por todos os ângulos. Virava para lá e para cá, em um balanço meio brusco, meio desajeitado, meio ela. Passava os olhos pela imagem refletida e reclamava da falta de peito, do nariz adunco, da testa larga, da bunda grande, do joelho torto...eram tantos os defeitos que ela encontrava, que cinco minutos na frente daquele "senhor da razão" já lhe garantiam um dia inteiro de mau-humor. Dentro dela, ela perguntava porque não podia ter o corpo perfeito da Jéssica Alba delicadamente encaixado ao rosto impecável da ana hickman, com a boca excitante da Jolie. Ou porque não tinha a sorte de ser a Gisele Bündchen que, mesmo com um nariz igualzinho ao dela, ganha milhões de doláres por ano. Ela se trancava no quarto e, deitada na cama, imaginava mil formas de acabar com aquele martírio diário da sua terrível visão no espelho. Ela até se amava e se achava meio bonitiinha, mas aquela imagem destruía qualquer chance de ela levantar a auto-estima. E foi assim que numa bela manhã ensolarada de um domingo, ela deu um fim a essa história. Levantou-se cedo, produziu-se como se fosse a uma festa. Caminhou até o campo do inimigo e mirou pela última vez. Murmurou algumas palavras de despedidas e em um único golpe friamente calculado por dias, tomou coragem...arrancou o espelho e jogou-o pela janela!