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sexta-feira, 10 de outubro de 2008

S.O.S!

Existem dias que tudo parece errado, dias onde gostáriamos que tudo se resolvesse como em um computador, na base do delete. Era só apertar o del para apagar aquele dia horrível. A bronca que levou do chefe, a crise com o namorado ou namorada, a nota baixa que tirou na faculdade e todos outros problemas que você enfrentou o dia todo. Mas infelizmente a vida não é tão simples assim e não tem como apagar todas as dores e todas as lágrimas que aparecem todos os dias assim tão rápido, esquecendo em segundos cada pequena marquinha que foi caprichosamente feita em nosso coração.
Eu concordo com o fato de que são coisas mínimas, coisas que poderiam muito bem serem deixadas de lado e esquecidas com um delete mental, mas tem vezes que não há como. E essas vezes são, geralmente, bem naqueles dias que você parece já acordar meio debilitado emocionalmente sem nem saber porque. E são nesses dias que tudo o que você quer é se deletar e optar pela saída mais rápida, a saída do filete, a saída de emergência.

Reflexo...

Ela se olhava no espelho por todos os ângulos. Virava para lá e para cá, em um balanço meio brusco, meio desajeitado, meio ela. Passava os olhos pela imagem refletida e reclamava da falta de peito, do nariz adunco, da testa larga, da bunda grande, do joelho torto...eram tantos os defeitos que ela encontrava, que cinco minutos na frente daquele "senhor da razão" já lhe garantiam um dia inteiro de mau-humor. Dentro dela, ela perguntava porque não podia ter o corpo perfeito da Jéssica Alba delicadamente encaixado ao rosto impecável da ana hickman, com a boca excitante da Jolie. Ou porque não tinha a sorte de ser a Gisele Bündchen que, mesmo com um nariz igualzinho ao dela, ganha milhões de doláres por ano. Ela se trancava no quarto e, deitada na cama, imaginava mil formas de acabar com aquele martírio diário da sua terrível visão no espelho. Ela até se amava e se achava meio bonitiinha, mas aquela imagem destruía qualquer chance de ela levantar a auto-estima. E foi assim que numa bela manhã ensolarada de um domingo, ela deu um fim a essa história. Levantou-se cedo, produziu-se como se fosse a uma festa. Caminhou até o campo do inimigo e mirou pela última vez. Murmurou algumas palavras de despedidas e em um único golpe friamente calculado por dias, tomou coragem...arrancou o espelho e jogou-o pela janela!