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sábado, 15 de novembro de 2014

What page you're on

Ainda estou tentando entender o que aconteceu, ou melhor, o que não aconteceu. Quer dizer, eu devo confessar que aconteceu, milhões e milhões de vezes na minha mente. Mas, agora, eu tenho certeza absoluta de que só nela e em outro lugar nenhum. E eu me pergunto de quem foi a culpa. Foi minha? Foi sua? Foi de nós dois ou de ninguém? 

Eu não sei o que se passou na minha cabeça, tão pouco na sua. Já dizia a canção "eu costumava pensar que um dia ia contar a história de nós", mas não há história. Nunca terá. Porque você nunca será e eu nunca serei. Nós nunca seremos capazes de traduzir em palavras, um para o outro, o que foi, o que poderia ter sido ou o que nunca era para ser. Nós somos assim. Ponto final. Próximo capítulo. 

A simple complication, miscommunication
Has lead to fallout
Too many things that I wish you knew
So when your wall's up I can't break through
(Story of Us, Taylor Swift)

domingo, 5 de outubro de 2014

I miss you, you know

Sentir saudade dói. Dói tanto que quase ninguém no mundo quis inventar uma palavra para transmitir esse sentimento. É que muito difícil colocar em sete letras uma dor que não caberia nem no dicionário inteiro. Eu não gosto de sentir saudades. Na verdade, eu pouco sinto. Sinto mais dos tempos que ficaram para trás do que de gente. Mas com você é diferente. 

Me dá um desespero cada vez que eu me dou conta de que você não está por perto. Nem perto fisicamente, nem perto emocionalmente. É uma saudade desesperadora de uma conexão que existia, de um abraço que me cabia, de um espaço que era meu e em algum momento se perdeu. Tudo ficou para trás. Eu nem sei bem onde e nem quando. E acho que essa atemporalidade me consome e me aperta ainda mais a saudade. 

Talvez falar tudo isso para você resolvesse. Mas sabe o que seria pior que essa saudade cortante? Não haver reciprocidade. É aquela coisa, a saudade até pode ser boa se vier dos dois lados. Pode até nascer uma esperança dela ir embora, uma hora ou outra, é dar espaço para uma felicidade absurda. Mas se isso não acontecer, até a saudade abandona. Fica no lugar dela um vazio, uma falta, uma inércia... 

Prefiro ficar sentindo saudade. Saudade de tudo que foi e até daquilo que nem chegou a ser. Prefiro ficar esperando que ela alcance você de algum jeito e possa trazer você de volta.


"And I'm surrounded by
A million people I
Still feel alone
Let me go home
I miss you, you know"
(Home, Michael Bublé)

domingo, 14 de setembro de 2014

Maybe I will tell you all about it

Eu não sei quem é você. Pode ser aquele moço sentado ali de camiseta azul, comendo um pedaço de pizza enquanto ouve sabe-se lá deus o que no fone gigantesco. Talvez seja o rapaz engomado, com um jornal debaixo do braço e a carinha de bom moço. Ou , quem sabe, tem um daqueles rostos que eu não vi ainda e que eu nem vou achar bonito da primeira vez que passar por mim. Eu não faço a menor ideia...

Aliás, será que eu já cruzei com você em uma dessas esquinas e nem me dei conta? Ou será mesmo que você anda tão escondido que vai ser mais fácil encontrar uma agulha no palheiro do que achá-lo nessa montanha russa que a gente chama de vida? Prefiro ficar com a opção de que eu já vi o seu rosto. Já desenhei seu corpo e todos os seus traços. Defini seus gostos e tudo aquilo que não te agrada. Já te fiz pronto e agora só estou esperando topar com você dentro do trem, fazendo compras no mercado às duas da manhã ou andando perdido por ai, sem rumo e destino. Bobagem!

Você vai chegar sem avisar. Vai entrar chutando a porta e mandando todas as minhas certezas - e todas as minhas ilusões - para a casa do chapéu. Vai ocupar todo o espaço e não deixar nem um cantinho de dúvida espalhado. Vai provar que no meio de tanta gente chata e sem graça existe alguém politicamente imperfeito para ser tudo aquilo que eu achei que queria, mas não tinha nada a ver comigo. 

A verdade é que eu não sei quem é você e não faço a menor ideia. Mas eu tô esperando. Tô aqui esperando você me deixar sem ar, me puxar pela cintura, me abraçar quando estiver frio e me beijar na chuva. Tô aqui esperando nosso conto de fadas e nosso para sempre, que vai durar o suficiente para ser inesquecível. Eu tô esperando você chegar roubando meu mundo e tirando meus pés do chão. E nem importa se você é o moço de camiseta azul comendo um pedaço de pizza ou o rapaz engomado com um jornal debaixo do braço. Mas eu tô esperando...

"Searching all my days just to find you
I'm not sure who I'm looking for
I'll know it
When I see you
Until then, I'll hide in my bedroom
Staying up all night just to write
A love song for no one"
(Love Song For No One - John Mayer)

terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Story of My Life


Eu odeio despedidas. Dar tchau me doí muito e mesmo sendo quase tão adaptável quanto um camaleão, eu não gosto muito dessa ideia de deixar para trás uma centena de coisas boas. Me aperta o coração parar para pensar e reviver cada momento querendo que ele ainda estivesse acontecendo. Mas não tem jeito, né? A gente precisa desapegar e deixar as coisas irem, mudarem, mexerem. Só nos resta torcer para que seja sempre para melhor e melhor e melhor. E sabe que, apesar de tudo, nesse ano eu finalmente aprendi que quando a gente desiste de planejar e se joga apenas no modo viver as coisas funcionam bem mais?

Pois é, apesar da minha problemática toda com despedidas, em 2013 eu aprendi a dizer não. Aprendi a dizer não e a deixar que elas fossem, mesmo contra a minha vontade. Não adianta dar murro em ponta de faca. Não adianta lutar por alguma coisa que você acha que te faz bem, mas, no fundo, só te puxa para baixo. Eu tenho orgulho de dizer que aprendi a dizer não para todas essas coisas e para todas essas pessoas. Mas, calma, eu também aprendi a dizer sim. Aprendi a dizer sim para mim e para as minhas vontades. Sim para o que me faz bem e para o que me faz crescer. E foi tão bom!

Eu, honestamente, estava com medo do que 2013 ia me trazer. Ao contrário da Taylor Swift, esse nunca foi e/ ou será o meu número da sorte. No entanto, o ano foi magicamente melhor do que eu pensava em vários aspectos e, acredito, fechou com um gostinho de quero mais. Tudo bem, vamos começar a pesar pelo negativismo só para dar um sabor apreensivo ao texto. Neste ano eu tive dois episódios que eu não gostaria de repetir. Fui assaltada e tive uma arma apontada, balançando para cima e para baixo, como se a nossa vida não valesse nada. Eu confesso que ri na cara do perigo (haha) e tentei não entregar o meu celular para o bandido. Mas a ideia de que ele ia invadir o carro e atirar nos meus colegas me fez amar a vida e deixar o meu bem ir embora. Felizmente, vão-se os anéis, mas ficam-se os dedos. 

A outra cena ruim escrita nessa história é uma nova virose. Dessa vez no fim do ano e mais forte do que a de 2012. Mas como tudo tem um lado bom nessa vida, o meu piripaque no trabalho (sim, de novo!) valeu para me fazer perceber que tem gente que se importa. Não importa a forma, mas se importa e zela pelo meu bem estar. Ah, claro! Serviu também para saber que não se come um pacote inteiro de cookies pela manhã sem arcar com as consequências de uma tarde simpática no hospital e mais uma semana se recuperando.

Agora deixando de lado o que foi ruim - que deve ter tido MUITO mais coisa, mas a minha memória seletiva certamente já deletou - vamos para as coisas boas (ihuuuuuu!). Em 2013 eu realizei alguns sonhos. E que sonhos! Riam de mim. Me julguem. Sambem na minha cara. Façam o que quiser. Mas neste ano eu vi, eu abracei, eu beijei e eu desejei loucamente não sair mais do lado do meu James Lafferty (conhecido também como Nathan Scott de One Tree Hill). Foi incrível! Uma experiência mais do que perfeita e muito melhor do que eu tinha imaginado. O encontro me rendeu muito mais que uma foto e um autógrafo. Me deu a lembrança do melhor abraço, do cheiro mais gostoso e da simpatia de um "heyyy" que eu nunca vou conseguir esquecer.

Além do meu príncipe encantado particular, tive a honra de ir, não em um, mas em dois shows do John Mayer. Trilha sonora da minha vida, acho que eu ainda estaria na Arena Anhembi ou em Wembley ouvindo os solos de guitarra e as melhores letras de todos os tempos. E falando em Wembley, eu finalmente deixei as terras americanas para pousar e pisar em solo europeu. Ao lado do meu fiel amigo, irmão camarada, coletamos mais algumas histórias para a nossa mochila de viagens. A dupla SG deixou sua marca em Paris, Amsterdã, Bruxelas e Londres, é claro.

E ai eu poderia ficar aqui desfilando mais um milhão de coisas boas, mas dizem que felicidade a gente não espalha. Só que eu acredito que felicidade a gente compartilha, a gente divide com quem importa e, acima de tudo, felicidade a gente vive ao lado de quem ama. Por isso, é isso que desejo a vocês em 2014: felicidade compartilhada, somada, dividida, vivida!!!!!!!!!!!!!!!

Feliz 2014! ♥



quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

It's hard to say it, time to say it

Nós crescemos juntas. Foram anos e anos lado a lado dividindo medos, dores, sorrisos, alegrias e descobertas. Pelo menos era isso que achava. Era isso que eu repetia para mim mesma todos os dias ao acordar e era assim que eu tentava me convencer de que eu tinha as melhores amigas do mundo. Naquela época eu responderia sem pestanejar que elas eram tudo o que eu tinha e que eu não poderia ter escolhido melhores. Eu diria que elas estariam ao meu lado para o que desse e viesse. Eu desafiaria quem ousasse duvidar do carinho que elas sentiam por mim.

Eu estive com elas e para elas com a certeza de que elas estavam comigo e para mim. Eu fui ao inferno por elas. Eu arrumei brigas, confusões e sai em defesa delas tantas e tantas vezes. Eu troquei de sala, de aparência, de gostos. Eu fiz tudo o que eu podia para ser para elas o que elas eram para mim. E eu achava que eu era feliz. Eu realmente acreditava que depois de tudo o que a gente tinha vivido e das memórias todas que tínhamos colecionado, eu realmente achava que elas eram as minhas melhores amigas. Melhores mesmo. Dessas que a gente leva para vida e termina em uma roda no hospital geriátrico rindo loucamente das peripécias da adolescência.  

O problema ficou no verbo. Eu achava tudo isso. Hoje, eu já não acho mais. Sabe aquela história que seus pais e seus irmãos mais velhos contam de que quando o colégio acaba muitas amizades também? Pois, então, eles estão errados. Amizades que começam na escola, na infância, duram uma vida inteira quando são realmente amizades. E aí, quando vocês todas estiverem no hospital geriátrico, vão rir das memórias e olhar as fotografias juntas, de mãos dadas, revivendo momentos fantásticos que só existiram porque vocês estavam, vejam só, juntas.

No meu caso, e no de algumas outras almas perdidas por ai, aconteceu que não era amizade. Pelo menos não do lado de lá. Era, sei lá, alguma coisa no in between do coleguismo e do comodismo. Mas nem vale a pena dissertar sobre ou tentar entender porque tudo já passou. E nem foi uma questão de escolhas erradas. Nada disso. Foi só incompatibilidade de gênios que toda criança aceita ou disfarça, mas que não tem espaço para ser escondida na vida adulta. Foi um desvio de caminho, uma lição que precisava ser aprendida e algumas páginas que precisavam ser escritas antes de chegar a essa aqui. Foi só um detalhe e um amontoado de histórias para que eu ria um dia, num hospital geriátrico qualquer, ao lado de quem realmente vá valer a pena. 

"Every memory of walking out the front door
I found the photo of the friend that I was looking for
It's hard to say it, time to say it
Goodbye, goodbye"
(Photograph - Nickelback)