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sexta-feira, 2 de maio de 2008

Who is the girl I see...

As vezes bate uma carência, uma falta de algo que você não sabe bem expressar. Falta de um carinho, falta de um abraço, falta de um toque, falta de um beijo, falta de um amigo, falta de um amor. São tantas as faltas possíveis que fica dificil entender falta propriamente de que você está sentindo. Talvez seja só um sentimentalismo tolo que tenha te dispertado essa sensação quando você viu um casal feliz, uma cena romântica em um filme ou na TV. Talvez seja só a sua tensão pós ou pré mestrual te fazendo cair no choro ainda que sua vontade fosse morrer de rir. Ou talvez fosse uma falta, mas uma falta de algo que não está lá fora, mas aqui. Uma falta, uma grande falta de você mesmo! Você ainda lembra quem é você? Lembra daquela menina pequena, daquela criança alegre que saía todas as tardes para brincar na rua de bola, pique-esconde, pega-pega, mãe da rua? Lembra daquele sorriso que você trazia no rosto suado todos os dias na volta da escola? Lembra daquelas tardes de domingo junto da sua família, sentados a mesa, almoçando ou tomando café? Lembra dos almoços depois do colégio na padaria da esquina na espera no treino de hand ou da aula de teatro? Lembra da sensação gostosa de ansiedade da formatura, das viagens e dos 18 anos? Lembra do medo do vestibular e da agonia dos resultados das faculdades? Onde foi parar tudo isso? Aonde você deixou o seu você? Cadê aquela menina atrapalhada, esrabanada, lerdiinha, engraçada, amiga, desengonçada, inteligente, animada, sorridente, apaixonada, bravinha, chatinha, descolada, desencanada? Nos últimos tempos, com o estresse da vida moderna, a pressão da faculdade e rotina tediante do seu trabalho, você deve ter simplesmente esquecido de como é ser você. Não sei, tenho pra miim que você teve ter escondido seu eu em alguma gaveta, no fundo do armário ou dentro daquele diário abandonado por opção própria para nem se lembrar mais. Pena que as vezes e, diria eu, quase sempre, você sente saudades dessa parte que não traz mais consigo. Sente uma falta tão grande que um buraco negro invade seu peito e te abre um vazio enorme que você tenta preencher com qualquer outra coisa e não consegue. Tudo bem que pode estar te faltando o abraço, o amigo ou o namorado, mas quando você vai se dar conta de que a nossa melhor companhia somos nós mesmos? Quando você vai perceber que o único jeito para ser feliz é exatamente esse: ser sempre você, aquele você criança, aquele você menina, aquele você mulher. O fato de você ter crescido, não implica que você precise perder sua essência, seu jeito e suas vontades. O fato de você amar alguém não pode te fazer deixar de se amar. O fato de você não ter quase tempo não pode te tirar os cinco minutos diários para você conversar consigo mesma na frente do espelho, para você se elogiar e ver em você o que só você pode. É, a decisão, infelizmente, só cabe a você...e aí quem você vai ser?